Mika: uma espécie de pequeno Príncipe que, ao encontrar Joakim, acha que está vendo um menino de oito anos que, ao encontrar Mika, simplesmente não acredita no que está vendo. Eles são muito diferentes, mas são muito parecidos. Mika e Joakim passam 24 horas juntos. Remam num barquinho, escalam uma montanha, comem panquecas, olham um álbum de fotografias, conversam muito sobre a vida e acham que tudo o que estão vivendo so pode ser um sonho. Talvez sim, talvez não.
O livro conta a história do jovem príncipe Tamino e de sua amada Pamina. Antes de encontrar a paz para viver o grande amor, eles devem passar por muitas provas e enfrentar os perigos de um reino sombrio. Pelo caminho, aprendem o valor transformador da amizade e as virtudes da honestidade, da temperança, da coragem e da fraternidade, até finalmente serem recebidos como iniciados no Templo da Sabedoria.
História de uma vida contada em dois tempos, infância e meia-idade, de maneira a sublinhar a distancia irrecuperável, aberta pela passagem de cada dia, entre o que fomos e aquilo que nos tornamos. Marca dos belos livros de contos escritos pelo autor, esse tempo elegíaco, em que aparição e desaparecimento (vida e morte) se confundem a todo instante, ganha uma força nova por meio da estrutura narrativa engenhosa desse primeiro romance de Carrascoza.
Num mundo como o nosso, em que o amor romântico parece ter virado peça de museu, em que o respeito pela sabedoria dos mais velhos foi para o espaço, e a literatura perdeu terreno para outras formas de arte, esse livro vem resgatar valores pelos quais, definitivamente, vale a pena lutar. Nesse romance que trata da busca pela vocação profissional, seguimos os passos de Pedro, o narrador. Ao caminhar da adolescência para a vida adulta, ele fica dividido entre razão e emoção.
Linda ama Miguel, que, assim como Afonso, ama Berta, que parece não amar ninguém, ou, antes, amar a todos. Com seu jeito brincalhão e generoso, Berta quer bem até mesmo às criaturas consideradas perigosas ou repugnantes, como o demente Brás, a louca Zana e o temido Jão Fera. Mas que mistérios ligam o destino dela à escrava Zana e ao matador Jão? E que segredos Luis Galvão, o proprietário da fazenda das Palmas, esconde de sua família? Romance e aventura se intercalam nessa história, que retrata o cotidiano no interior paulista do século XIX.
A liberdade formal é, sem dúvida, uma das grandes marcas desse livro, embaladas pelos temas mais simples que remetem à pureza da infância e, às vezes, a uma fina ironia ou humor irreverente.
Poucos anos foram tão extraordinários quanto 1968 – e, no Brasil, nenhum escritor foi mais atento a ele do que Nelson Rodrigues. Enquanto os jovens tomavam as ruas, Nelson Rodrigues a tudo assistia. A Cabra Vadia é uma nova seleção das “Confissões” que o autor escreveu para o jornal “O Globo”naqueles meses fervilhantes. Em suas oitentas crônicas, escritas enquanto o mundo parecia pegar fogo lá fora, o ano de 1968 ressurge aos nossos olhos, vibrante e contraditório como realmente foi.